domingo, 12 de abril de 2015

VASSOURA NAS BRUXAS

TRIBUNA DA BAHIA
SÁBADO E DOMINGO, 29 E 30 DE JULHO DE 2006
Sr. Redator:
Acabo de chegar do interior do Estado, onde a campanha eleitoral está de vento em popa, com facções da oposição e situação a se digladiarem das mais variadas formas, com a intensificação de visitas domiciliares de candidatos e cabos eleitorais, além de propagandas em muros residenciais, como também pichações acusatórias. Em Itabuna, dentro dessa caça a um dos acusados como um dos autores da Vassoura de Bruxa (que dizimou imensas áreas de cacauais), fecharam o acesso ao centro da cidade com imensos bonecos e tarjas negras. E o carnaval eleitoral que chega inevitavelmente às ruas com carros de som em altos brados acompanhados da distribuição, ainda tímidos, de santinhos dos mais aquinhoados partidos.
GABRIELA
Ao visitar uma velha senhora de 90 anos de idade na Vila de Ferradas, a mesma fez grande muxoxo ao perguntar-lhe sobre essas eleições e muito lúcida disse que o marido detestava política e até recusou o cargo de administrador da vila, contudo não recusava uma boa mulata, de quem passou a contar-me o seguinte caso... O sinhozinho, sujeito alto, loiro, olhos verdes, possuía quase em frente à residência um bar com salão de bilhar, onde diariamente recebia a visita da mulata Divinéia, que ali ia somente para comprar cigarros. Esfarrapada mentira. Lá pelas tantas, num desses dias sem movimento, a sua mulher notou as portas do estabelecimento fechado, estranhou o fato e ficou a procurar o sinhozinho pelas redondezas. Sem encontrá-lo, ficou a esperar à porta de casa que ficava em frente do bar. Percebendo que a porta do bar não se abria e desconfiada que estavam os dois (sinhozinho e a mulata) a olhá-la de dentro do estabelecimento, resolveu entrar para o interior da casa e de relance retornar à cena, no que ao fazê-lo flagrou a mulata Divinéia saindo do local. Ato contínuo, xingou-a de tudo o que foi impropérios e marchou para cima do marido para que ele se explicasse. O mesmo disse que ela, a Divina, estava fazendo propaganda eleitoral e que ele não podia fazer nada, porque ela era muito enfática e atenciosa.

Egnaldo Araújo

Salvador-BA

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