sábado, 11 de abril de 2015

O PINTO PRETO S’E ESCONDEU

TRIBUNA DA BAHIA
SEXTA-FEIRA, 17 DE FEVEREIRO DE 2006
Sr. Redator,
Foi aquele "auê", quando dona galinha d’angola chocou os ovos, dali, dentre os demais filhotes brancos, saiu um pintinho diferente; após dias e dias aquecendo-os para que, finalmente os filhotes rebentassem com seguidas bicadas as cascas de seus casulos e, dali enchessem com seus insistentes barulhentos pius - píus o ambiente. Lá se passaram os dias e o pintinho que, de início se parecia com os demais foi se revelando numa outra coloração, isto é, suas penas não eram tão brancas quanto os demais. A mãe, como todas elas; as mamães, ia levando a situação com muita paciência, apesar das ácidas observações da vizinhança: "Vocês já viram como o filhote da comadre é diferente? Os pais são brancos, enquanto o filhote é preto e era aquele falatório em todo o galinheiro. Os anos foram se passando e as penas, que antes eram penúgens branquinhas, se revelam da cor preta e, apesar dessa diferença das mesmas, não é que o tal pinto preto, resolveu entrar para o convento dos pintasilgos e, anos depois, além do seminário, fazer Escola de ballet e hoje é a estrela principal dos shows do Olodum, aplaudido de pé pela Congregação das frangas asiáticas.

Egnaldo Araújo
Egval@terra.com.br


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