domingo, 12 de abril de 2015

SENHOR REDATOR

Att. Senhor Redator:                                                                       24.08.2004
Bem oportunas as manchetes e cadernos especiais nos jornais de todo o Pais sobre os 50 anos da morte do ex-presidente Getúlio Dornelles Vargas, conhecido na época como Pai dos Pobres. Alguns acreditam que o atentado realizado dias antes, este dirigido ao jornalista, feroz opositor do governo, Carlos Lacerda, ferindo-o em um dos pés, mas que matou o Major Vaz, (da Aeronáutica) no centro do Rio, veio acirrar ainda mais as pressões contra Getúlio, que naquele fatídico 24 de agosto, acabou por tirar a própria vida com um tiro de revólver dentro do palácio do Catete. Salvador
Em Salvador a notícia pipocou com grande clamor público, a maioria das lojas e casas comércio fechara as portas, lembro-me ainda que no passeio em frente à loja de Clemens Sampaio, na rua da Misericórdia foram acesas velas, num verdadeiro velório ao presidente morto. Foi realmente um golpe no coração do povo, que o idolatrava. Difícil se torna em se fazer comparações de estilos de governos populistas, como os dele e o de JK. Getúlio apesar de advindo da casta militar, desenvolveu suas atividades com marcas bem populistas, fazendo alianças com os mais diversos segmentos, como dos estudantes e operários. JK, médico de origem humilde, político hábil e bom negociador, teve como dentre outros méritos, além de deflagrar a indústria automobilística noií Pais, o de construir a Capital Brasília, a obra do século, onde vivi trabalhando como professor e jornalista por 20 anos.
Um certo dia, estava eu no antigo aeroporto de Brasília, com o meu filho ainda pequeno (hoje tem 29 anos), quando surge aquela pessoa sorridente ao meu lado, era o ex-presidente JK. Até hoje ainda guardo o seu grande abraço e, principalmente o seu largo sorriso ao saber que eu tinha pelas mãos um pequeno candango, nascido ali, na cidade que fundara.
As mortes dos dois ex-presidentes, apesar de diferenciadas (JK, morreu em acidente de automóvel na Rio -São Paulo), continuam enigmáticas.

Egnaldo Araújo

DRT - 4230 - DF

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