terça-feira, 21 de abril de 2015

HISTÓRIAS DE BRASILIA


Lá estavámos nós, servidores recém transferidos de seus estados para a nova Capital. Eu recém casado com a professora Valquiria Martins, (ela requisitada do Secretaria de Educação do Estado da Bahia) eu, transferido a pedido para o DF, pelo Instituto Nacional da Previdência e Assistência Social, isso no ano de 1973, 13 anos após a inauguração da Capital Federal. (cuja valsa dos 15 anos o governador Elmo Farias comemorou na sede do Clube Minas Brasília, às margens do lago Paranoá); Capital cuja inauguração ocorrera a 21 de abril de 1960 naquela lindíssima festa inaugural de Brasília, feita na presença de autoridades nacionais e internacionais, políticos, operários da construção civil, funcionários públicos, representações diplomáticas de vários países da América latina, central e América do Norte .
O HOMEM QUE DIZ, FAZ...
O ônibus da Viação Alto Paraíso, (adquirida pela empresa Águia Branca) repleto de bagagens (malas, caixas, caixotes, sacos) de todos os tipos, de homens, mulheres, crianças, cachorros, periquito e papagaios iniciou a sua viagem rumo a Brasília, saindo da antiga Estação Rodoviária das Sete Portas, em Salvador - Bahia, viagem que duraria quase dois dias em estradas de barro, com infinita buraqueira, além de muitas crateras, com cada perau de poeira que dava, por assim dizer para engolir um caminhão inteiro dentro dele. Isso no verão, pois quando chovia a situação se complicava, com caminhões e ônibos a atolarem e a derraparem nas ladeiras, tendo muitas das vezes a serem rebocados por tratores para que saíssem dos atoleiros. Isso até chegar às margens do Rio São Francisco, onde todos os passageiros tinham que desembarcar para atravessar para o outro lado em canoas, para, dali reembarcarem em outros ônibos e seguirem por mais 24 horas até atingirem o seu destino o Distrito federal no Cruzeiro Velho.
Ali naquele ônibus se encontrava os recém casados, os professores, servidores públicos que iriam para Brasília para tomar posse em seus cargos o servidor do INPS, Egnaldo Araújo, 32 e a professora Valquiria Martins, 30, no Ministério da Educação, que assumiram com muita disposição as suas atividades na consolidação da construção a completar daquela nova cidade que lhes trouxe muitas realização profissionais e familiares, afinal foi em Brasília que nasceram seus três filhos, onde receberam seus primeiros estudos no Jardim de Infância da SQS 308 Sul, alí permanecendo até o segundo grau nas Escolas Classes e Escola Parque da própria quadra. Foram quase 20 anos de convivência no Planalto Central, com a participação em projetos de desenvolvimento das áreas educacional e de comunicação.
Finalmente chegou a hora de voltar para a Bahia (pela Vasp), para o seio dos familiares, vez que com a chegada da adolescência dos filhos, tornou-se indispensável a levá-los a ter uma convivência mais amiúde com seus avós, tios, primos e toda uma cultura celular tão desejável.
Brasília, Sempre estará em nossos corações e certamente, vice-versa.


Egnaldo Araújo, jornalista, 75 / Valquiria Martins, educadora, 72






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