CORREIO DA BAHIA
QUINTA-FEIRA, 28 DE OUTUBRO DE 2004
No momento em que chega ao final, com vitória da
democracia, do processo eleitoral para a prefeitura de Salvador, nada melhor do
que refletir-se sobre a qualidade de vida dos soteropolitanos, cuja cidade
vê-se a cada dia que passa mais e mais sobrecarregada pelos migrantes, expulsos
do campo não só pela mecanização de colheitas, como também pelo medo dos
fazendeiros, em terem suas propriedades ameaçadas não só pelos sem-terra, como
pela própria legislação trabalhista que onera pesadamente o patrão,
principalmente nos litígios trabalhistas. Mas o que teria isso a ver (essa
reflexão inicial) sobre a morte do Rio São Francisco? Muito simples: com a sua
morte, pelo propalado desvio de suas águas, para onde iria essa massa imensa de
pessoas que vivem às suas margens? Resposta: para as cidades, como Salvador e
tantas outras. Aí, haja mais escolas, saneamento básico, segurança, educação e
empregos. Somos contra o desvio. Mirem-se no exemplo de Brasília, onde por 20
anos desfrutei daquela beleza arquitetônica tranqüila para se viver: hoje
rodeada de favelas e violência por todos os lados, com assaltos e saidinhas
bancárias à plena luz do dia no Plano Piloto. Enquanto em Salvador...
Egnaldo Araújo
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