TRIBUNA
DA BAHIA
SEGUNDA-FEIRA, 21 DE FEVEREIRO DE 2005
Sr. Redator,
- Raspa,
raspa fora! Acabou-se as férias, vamos arrumar as coisas que temos que
entregar o imóvel amanhã, como sem falta! Disse uma voz de comando. E foi
aquele corre-corre pelo diminuto espaço da "casa", se é
que se poderia chamar o "já vi tudo" de caaasa. (contudo nunca vi
caber tanta gente em tão pouco espaço). E lá fomos nós, a catar tudo quanto era
bugingangas pelos mais inusitados recantos, fronhas, travesseiros,
lençóis, xícaras,
canecas, fraldas descartáveis, mamadeiras, sandálias, roupas de
todos os sexos e, sobretudo tv, ventilador, panelas e sobras das últimas
compras do supermercado, vez o diminuto estoque da geladeira,
(devido a pressa),
terminaria ficando por lá mesmo, para os próximos
inquilinos. - "Cuidado para
não quebrar "naaada"! Disse a voz de comando, acrescentando: - principalmente
aqueles bichinhos feitos
de conchas que ganhei da vizinha - Uma
lindeza!!!
Já
transcorria bom tempo na fila do ferry, quando alguém se
lembrou - e o Jedaí? Cadê o Jedai? O
nosso querido cachorro, e isto, após arrumar mais de "500"
sacolas, malas, sacos de supermercado recheados de tanta porcaria (no bom
sentido, óbvio), arrumamos tudo no pequenino automóvel, que parecia até de
borracha e, após acomodar a "mudança", por cima das pessoas, lá fomos
nós rumo a quilométrica fila do Ferry- boat e já ficamos a
escutar os vendedores ambulantes a oferecerem de minuto a minuto; vai aí água
mineral, amendoim cozido, torrado, pamonha, manga, picolé, jornal, sonrisal, só
faltaram, pasta dental, sabonete e toalha.
Segundo
soubemos depois de procurarmos adoidados, foi
que, o Jedai fugiu com a cadela da vizinha, que mais parecia uma gata siamesa e
hoje
moram numa suntuosa casa de campo próximo a Feira de Santana e Santo
Antônio de Jesus.
Observação
-
Hoje
ninguém se importa mais em comunicar aos pais a mudança de
endereço, é uma vergonha.
Egnaldo Araújo
Egval @terra.com.br
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