TRIBUNA DA BAHIA
SEXTA-FEIRA,
17 DE FEVEREIRO DE 2006
Sr.
Redator,
Foi aquele "auê", quando dona galinha d’angola
chocou os ovos, dali, dentre os demais filhotes brancos, saiu um pintinho
diferente; após dias e dias aquecendo-os para que, finalmente os filhotes
rebentassem com seguidas bicadas as cascas de seus casulos e, dali enchessem
com seus insistentes barulhentos pius - píus o ambiente. Lá se passaram os dias
e o pintinho que, de início se parecia com os demais foi se revelando numa
outra coloração, isto é, suas penas não eram tão brancas quanto os demais. A
mãe, como todas elas; as mamães, ia levando a situação com muita paciência,
apesar das ácidas observações da vizinhança: "Vocês já viram como o
filhote da comadre é diferente? Os pais são brancos, enquanto o filhote é preto
e era aquele falatório em todo o galinheiro. Os anos foram se passando e as
penas, que antes eram penúgens branquinhas, se revelam da cor preta e, apesar
dessa diferença das mesmas, não é que o tal pinto preto, resolveu entrar para o
convento dos pintasilgos e, anos depois, além do seminário, fazer Escola de ballet
e hoje é a estrela principal dos shows do Olodum, aplaudido de pé pela
Congregação das frangas asiáticas.
Egnaldo Araújo
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