TRIBUNA DA BAHIA
SEXTA-FEIRA, 22 DE AGOSTO
DE 2008
Sr. Redator,
Ai que saudade que tenho da
Bahia, ah, se eu escutasse o que mamãe dizia... já cantava o nosso cancioneiro
procentenário Dorival Caymi, que teve outros contemporâneos que, quando assim
se exprimiam. Fiz meu rancho na beira do rio. Caymi respondia: É doce morrer no
mar, ou então: Coqueiro de Itapuã, coqueiro...
Um outro dizia: "a minha
vida é andar por este país, para ver se assim me sinto feliz... Ele retrucava: Marina
morena, Marina, você se pintou. Ou quando diziam: Você mulher, que já viveu,
que já sofreu, não minta... Você menina moça, mais menina que mulher,
confissões não ouça... O velho Caymi acrescentava, Dora rainha do frevo e do
maracatu. Nessa convivência poética de contemporaneidade, o velho cantador de
histórias citava: O Abaeté tem uma lagoa escura, arrodeada de areias
brancas, com um pescador com dois amores, um bem na terra e um bem no mar.
Histórias essas que interarão por tempos gerações presentes, passados e
futuras, mantendo sempre uma sócio-etno-antropológica comunicação tão profunda
quando as nossas origens.
Agora que parte a cantar: Minha
jangada vai sair pro mar, vou
trabalhar, meu bem querer... deixa-nos sua maviosa cantiga de
Ninar. Que agora se auto-embala na sua partida da vida física na terra.
E a
jangada voltou só, sem Dorival.
Egnaldo
Araújo
Salvador-BA
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