terça-feira, 12 de maio de 2015

DIA DE FEIRA EM BREJINHOS

E lá fomos nós de sacolas nas mãos, num sábado bem cedinho rumo à feira livre de Oliveira de Brejinhos, naquele maior burburinho, com gente a vender galinhas, verduras, rapaduras, ovos, feijão, farinha, carne seca e verde, sabão e tudo o mais, ou melhor dizendo ; Uma festa! Isso só para quem passa dias e dias na roça sem ver ninguém, só a ouvir o mugido do gado ou o canto dos anús, dentre variado canto de pássaros e das rãs nos brejos, verdadeira sinfonia da natureza.
A feira meu passeio predileto quando venho à cidade, de 15 em 15 dias., quando não há vaca parida para vigiar para não deixar o bezerrinho sem pojar e, deixa-lo mamar até se fartar nos cinco peitos cheinhos de leite da mãe dele:
- Bom dia seo Totonho! Bom dia dona Damiana, “Cuma vai vosmicê?”., - “Tô ino, to indo, como Deus qué; uns dias com saúde, ouros dias com esse difluxo que não me dá sossego seu Totonho., e não há lambedô que dê jeito, home de Deus., já não sei mais o que fazer”... Tá aí uma remédio que me ensinaram que é tiro e queda dona Damiana, Um tar de Xarope de Mastruz, que é só vosmicê tomá e logo ocê fica boa de tudo. Ainda outro dia o médico fio de seo Sulino, me receitou também tomar chá de limão com alho e raiz ou semente de aroeira.
Òia Sá dona, num isqueça de me recomendá ao sinhô seu marido, o Valadão, e diga pra ele aparecer lá em casa na próxima sumana para ele vê como já tão grande os bacurins que ele me deu de presente...he He He... inté mais, inté mais... E lá se foi seu Totonho pelo meio daquele povão todo, sumindo na multidão.

Egnaldo Araújo – para Malú Silva

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