domingo, 24 de maio de 2015

A MARAVILHA QUE É O UNIVERSO



- “Inspire-se na maravilha do universo, do mundo e da vida e, portanto, sempre mantenha em mente essa ampla perspectiva”. Esse é a orientação básica, espécie de conselho que o darwinista apaixonado, o biólogo inglês Richard Dwkins, 74, ( Veja desta semana) está a oferecer aos jovens cientistas do Brasil e de mundo. Dentre suas posições em relação à vivência contemporânea ele acredita que, por exemplo a humanidade acabe coevoluindo com os computadores e que mulheres grávidas de fetos portadores de síndrome de Down possam abortar; tempo em que faz contundente questionamento com relação à Educação, em particular aos contos de fadas na educação infantil como relação ao seu pensamento mágico na fase adulta.


AS QUEIMADAS

Menino na flor de seus oito anos de idade, lá estava ele a morar na roça a morejar dia a dia a ajudar o pai nos trabalhos agrícolas, trabalhos considerados leves, como limpar o milharal a arrancar as pequenas plantinhas (que insistem em nascer por ali em grande quantidade, a ameaçar o desenvolvimento do plantio caso tomem conta da semeadura), semear o plantio de feijão e milho e outras tarefas menores.
Um belo dia veio à notícia de que uma tia queria levar o menino, recentemente órfão, para morar com ela na cidade grande, no que foi aceita a proposta com grande alegria pelo pai viúvo, que despachou o pimpolho na cabine de um caminhão de um primo e assim começou a trajetória daquele menino de roça em outra realidade, deixando para traz aquelas queimadas pós-derrubadas de mata para o plantio de outras culturas, como cacau, dentre outras variedades lucrativas.
Ao andar de pés descalços por dentre madeiras calcinadas pelas queimadas ele sempre olhava para o céu, na esperança que viesse alguma
nave espacial, iguais àqueles aviões que passavam voando lá no alto a espelhar faíscas de sua fuselagem metálica, causando no menino verdadeiros sonhos em se tornar um astronauta. Nisso seus pensamentos viajavam, viajavam, a milhões de quilômetros dentro de sua mente fértil.
Ao chegar à cidade grande, a frequentar escolinhas públicas de alfabetização, ginásio e outras instituições do governo, pouco ou quase nada aprendeu sobre Física, Química, Matemática e muito menos Mecatrônica. O que o impossibilitou a passar nos vestibulares de Engenharia ou Medicina, contudo, por insistência concluiu um curso de Contabilidade e passou a fazer trabalhos burocráticos, frontalmente contrários aos seus antigos sonhos.
Conclusão: Resolveu se casar com uma professora, com quem teve três filhos, os quais, apesar de terem frequentado melhores escolas, não seguiram profissões de pesquisa científica. Aquele menino de roça, hoje aos 80 anos ainda sonha que seus netos possam vir a frequentar escolas de grande excelência educacional e que, um dia possam vir a serem trabalhadores de área científica, caso os planejadores governamentais promovam verdadeiras reformas na Educação brasileira.

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