terça-feira, 9 de junho de 2015

O PREFEITO QUASE PERFEITO QUE LEVOU O CRISTO PARA NAZARÉ


Esta semana estivemos a visitar a cidade histórica de Nazaré (das Farinhas) onde nasceu seu ex-prefeito Clóvis Figueiredo, localizada no baixo Sul a cerca de uma hora de viagem de Salvador - Bahia, a partir do atracadouro de Bom Despacho, na Ilha de Itaparica.
Numa sexta-feira, com trânsito calmo, tranquilo, no tempo previsto, em ônibus de linha, com passagem ao preço de R$12,80 reais por pessoa, chegamos ao nosso destino no início da tarde e, a bordo de um taxi, (R$25,00) demos uma volta pela pequena cidade indo até a colina onde se localiza o Cristo Revivido, uma estátua com cerca de 20 metros de altura, de autoria do artista plástico Félix Sampaio, contratado pelo então prefeito Clóvis Figueiredo de Souza, uma maravilha de homenagem à fé Cristiana, local de onde se vislumbra belíssimas paisagens da região.
O PREFEITO
Filho da terra Clóvis, que se intitulava em campanha eleitoral “o amarelinho arretado”, nunca
conseguia se eleger para ser o titular daquele município situado às margens do rio Jaguaribe, a sobreviver de produções agrícolas e de criação de gado. Até que após ser nomeado Secretário de Saúde e, após obter o apoio do ex - prefeito Deraldo Cardoso, obteve os votos necessários para ser eleito Prefeito da Cidade.
Magrinho, de estatura mediana, branco, quase amarelo, Médico competente, Clóvis, como titular da Prefeitura de Nazaré, não tinha papas na língua: quando alguém o procurava para pedir dinheiro, ou favorecimentos absurdos ele dizia: “Você está pensando que eu sou dono do dinheiro do povo? Não, aqui tudo tem que se prestarem contas”. E assim tocou a sua primeira legislatura com muitas dificuldades deixada pela administração anterior, tudo isso somado pela desativação da Estrada de Ferro de Nazaré, como pela falta de conexão entre a cidade e o polo turístico de Valença; dificuldade essa última sanada com a construção pelo governo do Estado de estrada asfaltada ligando Nazaré, Maragogipinho e Valença, o que veio dar uma nova dinâmica à região.
O CRISTO REVIVIDO
No seu segundo ano de mandato ele me procura como jornalista seu amigo e pede sugestão de uma obra que pudesse marcar a sua gestão, mesmo já tendo recuperado a Estação de trens, a sede da Eratho Nazarena e o antigo prédio do Educandário de Nazaré, onde instalou classes de ginásio e, posteriormente de Faculdade de Educação.
Marcamos um encontro em Salvador, onde o levei até o atelier de um artista plástico meu conhecido e companheiro nas lidas ambientalistas e, ali no local, em São Cristóvão, ele viu uma estátua de um Cristo, fruto de encomenda do Hospital da Sagrada Família, da Capital. Viu, gostou e, após avaliar as condições, preço, prazo e tudo o mais, contratou o artista e, pouco antes do término de seu primeiro mandato inaugurou-se no alto da colina das antenas de TV a imponente estátua do Cristo Revivido com 20 metros de altura, que hoje reina com a sua mensagem de Paz naquela região do Baixo Sul.
Ah, o termo de quase perfeito, é que ele, “O Amarelinho Arretado”, como se autodenominava, não se conformava em não cumprir o que prometia em campanha e, quando uma meta não era atingida no tempo previsto ele chamava a empresa contratada e cobrava o cumprimento dos prazos a dizer: Eu aqui posso dizer que sou quase perfeito, Como também posso afirmar que sou o Prefeito e, como tal quero que tudo seja cumprido como o contratado, no prazo.
O médico baiano, nazareno, pai de três filhos, não era perfeito fisicamente, pois só tinha um terço dos intestinos, que lhes fora retirado por força de uma operação. Ele, apesar de ter sido eleito para um terceiro mandato, veio a falecer de causas naturais, antes de sua posse, num hospital da Capital baiana. Clóvis Figueiredo de Souza, tem seu nome gravado na história de Nazaré, onde é reconhecido pela maioria dos habitantes, como um dos melhores gestores públicos que já atuou como prefeito da cidade.
Egnaldo Araújo – DRT – 4230- DF.

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