terça-feira, 30 de junho de 2015

A NOBILISSIMA ORIGEM DE UM TUPINAMBÁ AFRICANO/BAIANO


Rainha Elizabeth
A Revista Veja está botando pra ferver em sua última edição semanal, independente de noticiar o andamento da homérica corrupção empresarial que assola  o Pais, a Petrobrás e destacadas personalidades político-financeira, aborda um assunto aparentemente trivial, mas que ainda está em moda é o tal de se ter ou não Sangue Azul...(Vide notícias da família real inglesa)...
E, em outras palavras, uma sacanagem antiga e discriminatória que as elites vêm fazendo com o Zé Povinho. E a questão de nossas origens, o que tem trazido muito desconforto para algumas pessoas que não aceitam terem origem humilde e ficam a esconder as profissões de seus pais (ex-camelôs, feirantes, trabalhadores braçais, simples funcionários concursados, extra-numerários, e tudo o mais.) No meu caso, por exemplo o seo Manezinho Sodré, tinha a profissão de pescador, feirante e trabalhador de roça de cacau, no Sul da Bahia. 
Mas o que mais nos castigava, nós simples mortais, alunos de escolas rurais e tudo o mais, ao ficar-se rapazinhos, era ter que responder àquelas irritantes perguntas: Você é filho de quem? De qual ramo é mesmo é a sua família? Moras onde? (para simplesmente mapear se você é morador de periferia, etc.etc.). 
 Uma tremenda sacanagem, que felizmente a evolução técnico-industrial-comercial jogou na cesta de lixo a grosso modo essas preocupações.
Contudo a FERA da discriminação racial e econômica está bem viva.
Por incrível que pareça em pleno século XXI, algumas pessoas ainda buscam provar que possuem vestígios de linhagem real, melhor dizendo, sangue azul, no nosso caso, da realeza portuguesa, no que achamos até muito justo por tais aspirações. Só que, para tanto alguns bem aquinhoados estão a requerer do Instituto de Nobreza Portuguesa de Lisboa a titularidade de sua descendência nobre ao custo em torno de dez mil reais. Pergunta-se, pois, a quem interessaria saber se sou visconde, barão e de qual linhagem provém a minha estirpe? Claro: Ao IBGE.
Atraídos pela cultura e em busca de mais detalhes sobre nossas origens, estivemos a visitar Portugal e alguns de seus museus, onde pudemos sentir a força moura na colonização da península ibérica e o custo homérico na formação de seu aguerrido povo navegador. Ficamos entre surpresos e estupefatos o quanto de guerras e batalhas que foram feitas para que fosse consolidada a sua monarquia e suas conquistas ultramarinas, como a descoberta do Brasil.
OS TUPINAMBÁS
Vivemos num país que podemos dizer ser um somatório em nossos primórdios de três culturas: índia, negra e branca (portuguesa), esta última nossos colonizadores que, independente de fazerem verdadeira exploração de nossos recursos naturais (minério, madeira etc.), trouxeram de contrapeso para a nova Colônia Portuguesa cerca de 400 degredados, dentre o que havia de pior da escória portuguesa, incluindo aí tuberculosos.
Ao retomar essas aspirações de algumas pessoas em se honrarem em pertencerem à linhagem de exploradores de nossas riquezas materiais e espirituais (no caso das crendices e pureza de nossos indígenas), temos certeza de que Nada melhor em ter a correr nas veias, em vez do tal
sangue azul, que tal, por exemplo termos nas veias sangue de produtivos imigrantes de várias bandeiras, de Cariris, Xocó, Tupinambás, africanos, nortistas, sulistas, italianos, gaúchos e baianos?
Egnaldo Araújo - DRT – 4230 – DF.

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