terça-feira, 2 de junho de 2015

O FUMO NÃO DISTRAI, DESTROI


Toda maquiada da cabeça aos pés, tendo na bolsa um maço de cigarros Holywood ainda pela metade, aquela mulher de seus trinta e poucos anos adentrou na sala de espera para uma consulta com o especialista em pneumologia. Nem bem terminou de sentar-se ao lado de outros clientes, sacou da bolsa um isqueiro e, ao tentar acender um daqueles cigarros finos e longilíneos, foi alertada pela atendente que não era permitido fumar no local. Mesmo com aquela tosse seca insistente, não se deu por vencida e foi para o corredor do prédio onde passou a fazer o maior “fumacê”, até que foi chamada para a tão esperada consulta com competente médico de pulmão.
Conversa vai, conversa vem, quando o especialista ficou sabendo de suas constantes dores na região torácica, além de expelir escarros pastosos amarelados que denotavam problemas sérios na referida paciente viciada não só no holywood como dentre ouros Colomy, Yolanda branca, Yolanda Azul, Astoria, Minister e aqueles cigarrinhos de trabalhadores de roça, artesanais de fumo de rolo feitos com palhas de milho, além de, em ocasiões especiais charutos, verdadeiro festival nicotínico.
Após verificar algumas radiografias do pulmão, Dr. Amarantes, rodou para sua cliente um vídeo onde mostrou traqueias totalmente rendadas, esfaceladas, em frangalhos pela danosa ação destrutiva da nicotina, inclusive fotos de alguns cadáveres de ex-fumantes vítimas de cânceres de garganta, além de foto de um famoso cowboy de cinema americano que morreu de câncer de pulmão.
O médico, quando finalmente ia escrever medicações e procedimentos, foi interrompido pela cliente que, intempestivamente agradeceu as explicações, sacou da bolsa o maço de cigarros, o amassou totalmente e o jogou no lixo, e dali saiu para nunca mais voltar e, muito menos colocar um cigarro na boca.
História baseada em fato real, acontecido com a professora Valquiria Martins, que está bem viva aos 70 anos de idade, abstêmia.


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