A situação dos animais de rua no
Brasil está cada vez mais delicada, e representa hoje um problema de saúde
pública. Cães e gatos sujos, magros, famintos e doentes, muitas vezes
invisíveis aos olhos da sociedade, reviram o lixo atrás de comida, transmitem doenças,
vivem no relento sob o sol forte ou o frio intenso. São maltratados e
rejeitados até que finalmente são recolhidos e encaminhados aos Centros de
Controle de Zoonoses (CCZs), onde são, na maioria das vezes, sacrificados. Os CCZs
representam então, outra cena triste desta história. Funcionando como depósitos
superlotados, recebem animais de todos os tamanhos e raças, muitos deles cães e
gatos que foram abandonados por quem um dia já lhes prometeu amor e proteção.
Estima-se que, de 10 animais abandonados, 8 já tiveram um lar. São animais que,
por um motivo ou outro, foram rejeitados, não superaram as expectativas de seus
“donos” e por isso, foram descartados. Cresceram demais, adoeceram, não foram
educados o suficiente, geraram gastos e aborrecimentos.
Outra atitude que normalmente
acaba em abandono é a compra de animais por impulso, principalmente nas famosas
feirinhas de filhotes ou pet shops. Os “maravilhosos” Pet Shops, com seus
filhotes fofos e macios e ainda por cima por um precinho bem “camarada”,
exercem fascínio sobre adultos e crianças, que acabam cedendo aos encantos dos
pequenos. Assim, cães e gatos vão parar nas casas de milhões de brasileiros,
enfeitados como presentes de Natal, Páscoa ou aniversário, como se fossem
brinquedos bem elaborados. Porém, muita gente não sabe o que está por trás
desse comércio abominável de animais. Filhotes vendidos em Pets Shops e
feirinhas normalmente são provenientes de criações de fundo de quintal, ou
seja, são animais sem o mínimo controle genético e que possivelmente darão
muitas dores de cabeça aos seus guardiões. São animais cruzados
indiscriminadamente por pessoas que se dizem criadores, mas que não passam de
cachorreiros visando lucro à custa da exploração de cães e gatos.
Outro fator que contribui em
grande parte pelo imenso número de cães e gatos abandonados é a
reprodução
indiscriminada desses animais, muitas vezes intermediada pelos próprios
guardiões. Este problema poderia ser facilmente minimizado se as pessoas aceitassem
castrar seus cães e gatos de companhia. Mas não é tão simples assim. Muitas
pessoas ainda têm resistência acerca deste procedimento por desconhecerem seus
inúmeros benefícios ou por acreditarem que o animal castrado sofre, é mutilado,
engorda, tem alterações comportamentais, necessita cruzar pelo menos uma vez
durante sua vida entre outros mitos. Sendo assim, colocam seus animais para
cruzar sem nenhum critério e acabam originando várias ninhadas de filhotes
fofos, mas que depois de desmamarem lutam por um lar que os acolha com amor e
responsabilidade. Muitos não conseguem o sonhado lar, e acabam abandonados
pelas ruas. E quando conseguem, raramente são doados castrados e muitas vezes
são vendidos, constituindo verdadeiras “fábricas de filhotes” que alimentam
ainda mais o comércio de animais de “fundo de quintal”. A castração destes
animais e dos filhotes antes de doar ajudaria não somente em relação à prenhêz
indesejável e abandono, mas evitaria que vários problemas fossem passados de
geração para geração, uma vez que estas cruzas são feitas sem o menor controle
genético.
ao adotarmos um animal, não
ganhamos apenas aquela sensação indescritível de dever cumprido, mas também um
companheiro leal e carinhoso que nos protegerá sempre. Um amigo de verdade que
nos trará felicidade e nos dará o privilégio de sermos amados incondicionalmente,
nos transformando em pessoas melhores e ainda mais humanas.
Fonte: http://www.portalnossomundo.com/site/mais/artigos/abandono.html
Adão Oliveira
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